31 de jan. de 2011

Direitos e deveres dos professores

Na condição de profissionais de educação, habilitados em educação superior (graduação), os docentes da educação infantil, do ensino fundamental e médio, podem atuar em instituições públicas ou privadas sob a tutela das leis e da legislação educacional.
23/out/2001

Vicente Martins 
vicente.martins@uol.com.br
Na condição de profissionais de educação, habilitados em educação superior (graduação), os docentes da educação infantil, do ensino fundamental e médio, podem atuar em instituições públicas ou privadas sob a tutela das leis e da legislação educacional.

Em ambas as instituições, os docentes, devem seguir as orientações jurídicas previstas na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), para um ingresso no mercado de trabalho, sem transtorno trabalhistas ou exploração profissional.

Para os que pretendem atuar nos estabelecimentos privados de ensino, é de grande importância o conhecimento prévio da Legislação do Trabalho (CLT) durante as buscas de emprego. A Seção XII, da CLT, é reservada aos direitos dos professores.

Em geral, nos classificados dos jornais, os estabelecimentos privados de ensino não divulgam a remuneração proposta para os docentes. A omissão deve levar os candidatos a terem uma atitude de cautela ou desconfiança na hora de assinar o contrato, quando da entrega de carteira de trabalho, ou da assinatura do contrato de prestação de serviços. Empregador que não divulga informações básicas da empresa, pode, também, por negligência, sonegar direitos dos seus empregados.

A CLT, na Seção XII, trata dos seguintes tópicos relatos aos professores: a) Habilitação ( art. 317); b) Jornada de Trabalho (Arts. 318,319, e c) Remuneração (320, 321, 322).

No tocante à habilitação para o exercício de magistério, a Lei determina que exercício remunerado do magistério, em estabelecimentos particulares de ensino, exigirá habilitação legal e registro no Ministério da Educação. (Art. 317). Só é professor, pois, quem é legalmente habilitado por instituições de educação superior (IES).

A jornada de trabalho deve ser levada em conta pelo candidato na hora de analisar sua admissão no estabelecimento de ensino. A Lei diz que num mesmo estabelecimento de ensino não poderá o professor dar, por dia, mais de 4 (quatro) aulas consecutivas, nem mais de 6 (seis), intercaladas (Art. 318). Aos professores é vedada, aos domingos, a regência de aulas e o trabalho em exames (Art. 319)

Quanto à remuneração, em geral, não divulgada pelas instituições-anunciantes, os candidatos ao magistério dos estabelecimentos de ensino devem seguir a regra da CLT, que são as seguintes:

A remuneração dos professores será fixada pelo número de aulas semanais, na conformidade dos horários (Art. 320)

pagamento far-se-á mensalmente, considerando-se, para este efeito, cada mês constituído de quatro semanas e meia. (§ 1º., do art. 320)

Vencido cada mês, será descontada, na remuneração dos professores, a importância correspondente ao número de aulas a que tiverem faltado. (§ 2º., do art. 320)

Não serão descontadas, no decurso de 9 (nove) dias, as faltas verificadas por motivo de gala ou de luto em conseqüência de falecimento do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho. (§ 3º., do art. 320)

Art. 321. Sempre que o estabelecimento de ensino tiver necessidade de aumentar o número de aulas marcado nos horários, remunerará o professor, findo cada mês, com uma importância correspondente ao número de aulas excedentes. Remuneração (Art. 321)

No período de exames e de férias escolares, é assegurado aos professores, o pagamento, na mesma periodicidade contratual, da remuneração por eles percebida, na conformidade dos horários, durante o período de aulas. (caput, 322)

Não se exigirá dos professores, no período de exames, a prestação de mais de 8 (oito) horas de trabalho diário, salvo mediante o pagamento complementar de cada hora excedente pelo preço correspondente ao de uma aula. ( § 1º, art.322)

No período de férias, não se poderá exigir dos professores outro serviço senão o relacionado com a realização de exames. ( § 2º, art.322)

Na hipótese de dispensa sem justa causa, ao término do ano letivo ou no curso das férias escolares, é assegurado ao professor o pagamento a que se refere o caput desse artigo.( § 3º, art.322)

Não será permitido o funcionamento do estabelecimento particular de ensino que não remunere condignamente os seus professores, ou não lhes pague pontualmente a remuneração de cada mês. (Caput, Art. 323)

Compete ao Ministério da Educação fixar os critérios para a determinação da condigna remuneração devida aos professores bem como assegurar a execução do preceito estabelecido no presente artigo (Parágrafo Único, art. 323)

No artigo 67 da LDB, são os seguintes direitos assegurados aos docentes do magistério público: a) ingresso, exclusivamente, por concurso de provas e títulos; b) Aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim; c) Piso salarial profissional; d) Progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho; e) Período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho e f) condições adequadas de trabalho.

A LDB, no parágrafo único do referido artigo, diz que a experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional de quaisquer outras funções de magistérios, nos termos das normas de cada sistema.

No serviço público, os profissionais de educação não devem abrir mão, por ser princípio do ensino, da realização do concurso público. A LDB, no artigo 85, diz que " Qualquer cidadão habilitado com a titulação própria poderá exigir a abertura de concurso público de provas e títulos para cargo de docente de instituição pública de ensino que estiver sendo ocupado por professor não-concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos assegurados pelos Arts. 41 da Constituição Federal e 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias".

Para os que vão atuar no magistério publico, devem seguir as orientações legais previstas na LDB aos sistemas de ensino (federal, estadual e municipal, principalmente do último).

Entre os deveres dos docentes (Art. 13, LDB), são citados os seguintes:

  • Participar Proposta pedagógica da escola.
  • Elaborar um PLANO DE TRABALHO DOCENTE.
  • Zelar Aprendizagem dos alunos.
  • Elaborar estratégias para os alunos de menor rendimento.
  • Ministrar aulas nos dias letivos estabelecidos pela escola.
  • Participar do Planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional.
  • Articular-se com as famílias dos alunos e a comunidade.
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Fonte: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/477/Direitos-e-deveres-dos-professores

30 de jan. de 2011

SEU FILHO NÃO GOSTA DE LER?


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Existe uma grande fantasia na cabeça de muitos pais em torno da necessidade dos filhos lerem livros.

Com o processo educacional através da escola, criou-se a demanda de que ler um bom livro é fundamental.

Mas na verdade o que vemos na prática é uma baixa procura por livros e poucos momentos em que os jovens estão retirando do seu cotidiano para ler um livro.

Dizem que se está vendendo mais livros no Brasil, então consequentemente poderíamos imaginar que o brasileiro está lendo mais. Observo que os livros estão sendo comprados pelo Governo para distribuição em escolas, e feliz das editoras que conseguem cair na graça do Governo para processos licitatórios. Mas os livros adquiridos estão empilhados nas bibliotecas, muitos sem sequer terem saído das caixas.

Nas escolas, geralmente o estímulo para leitura surge das disciplinas de Português, Redação, Comunicação, etc. Os alunos são orientados à leitura para posterior prova de conhecimento do livro. A esperteza dos alunos está em ler rascunhos, muitos retirados da internet. Alguns alunos conversam com um ou outro que leu o livro indicado para a prova, e na hora inventam algumas idéias, e por incrível que pareça, tiram nota.

Tempos atrás, um garoto disse-me que tinha certeza que o professor não sabia nada do livro que caia na prova de livros, pois inventou um punhado de baboseiras na prova e tirou 10. Outro aluno disse-me que tinha certeza que a professora não lia nada mesmo, porque cada aluno tinha que escolher um livro, “já pensou, ela ter lido todos?”, conclui o aluno.

Ler livro é sem dúvida uma das melhores maneiras de se forjar um excelente aluno. Há alguns anos um estudante pré-vestibulando, proveniente de uma pequena escola de Goiás, passou nas três principais escolas de engenharia do Brasil, lembro-me de duas – Unicamp e Ita – . Ao ser entrevistado em um programa televisivo, para falar de sua proeza, o rapaz disse que o segredo do seu sucesso educacional estava no hábito de ler livros com freqüência. Relatou que chegava a ler de 5 a 6 livros por mês. Este hábito, adquiriu por ver seus pais lerem muito também, desde pequeno.

Olha aí, enquanto os pais estão preocupados em fazer os filhos lerem, nesta experiência citada, os pais já eram leitores. Desta forma, a melhor forma de se fazer um filho ter o hábito de ler, é serem leitores, independentemente se o filho está sendo. Ambiente de pais leitores, nascem filhos leitores.

Da mesa forma, com os professores. Acredito que são poucos os professores que lêem como hábito pessoal – como se estivesse escovando os dentes -. Não convence ninguém a uma prática, se não possue a prática. Muitos professores vão dizer, “não tenho tempo, dou muita aula…”, os que têm o hábito de leitura, lêem de qualquer forma, em qualquer lugar.

Minha irmã Janete, tinha as manias educacionais dela, nas férias escolares, separava livros para cada filho ler e fazer um rascunho para ela. Lembro-me que alguns familiares e até professores vinham com o discurso para ela de que a leitura tinha que ser introduzida de forma construtiva e prazerosa. Ela retrucava dizendo que ai! se eles não lessem. Hoje, todos os filhos dela estão ou passaram por Universidade Pública, a minha sobrinha Ana Alice está cursando Psicologia em Londrina, e ao conversar com ela observo que é uma excelente estudante, está lendo muito mais do que o próprio curso propõe.

Tenho insistido com as escolas para deixarem de lado as múltiplas tarefas e trabalhos educacionais para a casa. Se no lugar colocassem muitos livros para os alunos lerem, com mecanismos inteligentes de se medir o nível de leitura desenvolvida pelos alunos, com certeza o resultado educacional dos alunos seria bem melhor. Vemos a prova do ENEM, nela o aluno precisa interpretar as questões, e muitas respostas estão na própria questão. Os vestibulares inteligentes, estão exigindo muita interpretação dos candidatos, mais do que conhecimento e decoreba. Só alunos com muita leitura de livros conseguirão ter proeza nos resultados de grandes vestibulares.

O Brasil é sem dúvida subdesenvolvido no item livros. E subdesenvolvido está no incentivo à leitura. Nas casas dos brasileiros de classe alta, pouco se vê espaço para biblioteca, mas vemos muitos banheiros e cozinhas grandes; imaginem como é nas casas das camadas populares, onde nem espaço para dormir se têm.

Ver pais leitores em uma população de aproximadamente 70% de leitores funcionais, que só entendem a leitura básica, é um caminho longe de se ver resultados. Conseqüentemente, a cultura de cidadãos leitores é um processo para outros 500 anos.

Mesmo assim é possível fazermos desabrochar leitores em condições desfavoráveis para isto. É o caso de Dona Rosinha, mãe analfabeta, que pedia para os filhos lerem livros de história para ela, também romances e enciclopédias. Os seus quatro filhos são doutores formados em Universidades públicas, e com certeza ela é uma analfabeta só de conceito.

Fonte: http://blog.cancaonova.com/pensandobem

28 de jan. de 2011

A competência profissional e o professor de Educação Física


Confira um estudo brasileiro a cerca das competências dos professores de Educação Física, sua formação e as principais situações pelas quais passa no dia-a-dia da sala de aula.

Érika Magalhães

Profa. Dra. Ana Cristina Arantes
Centro Universitário Fieo – UNIFIEO
Curso de Educação Física Osasco - SP
(Brasil)


Introdução

    Este estudo tem por objetivo discutir quais são as competências inerentes a docência desejável de modo a favorecer um ensino significativo àqueles sob responsabilidade de um bom professor em Educação Física. Somado a este item buscou – se especular quais seriam as estratégias que possibilitariam ao futuro docente adquirir conhecimentos e técnicas diversificadas para ministrar aulas com sucesso.
    Para Arantes (1997), a competência profissional envolve a capacidade de que o professor tem para articular o conhecimento teórico à sua prática profissional. Para tanto, parece ser prudente considerar as experiências pessoais que o mesmo “carrega” desde a tenra idade, as vivências acadêmicas pelas quais passou, as situações que o sensibilizaram e que se iniciam no primeiro ano da licenciatura. Estas experiências serão, por certo, ampliadas com sua inserção no mercado de trabalho e no importante exercício da formação continuada.
    A competência profissional envolve a capacidade do educador em articular os conhecimentos teóricos à sua prática profissional, levando em conta as suas experiências profissionais e pessoais. Essa capacidade tem origem na formação inicial, sendo, posteriormente, ampliada com a formação continuada (MALACO, 2007).

Problema de pesquisa

    Os cursos de graduação “Licenciatura” têm favorecido o desenvolvimento das competências profissionais à docência?

Quer continuar lendo? CLIQUE AQUI.

Datas comemorativas de Fevereiro



01 . Dia do Publicitário
02 · Dia do Agente Fiscal
02 · Dia de Iemanjá
05 · Dia do Datiloscopista
07 · Dia do Gráfico
09 · Dia do Zelador
10 . Dia do Atleta Profissional
11 · Dia da Criação da Casa deMoeda
11 · Dia Mundial do Enfermo
14 · Dia da Amizade
16 · Dia do Repórter
19 · Dia do Esportista
21 · Dia da Conquista do Monte Castelo (1945)
21 · Data Festiva do Exército
23 · Dia do Rotaryano
24 · Promulgação da 1ª Constituição Republicana (1891)
25 · Dia da criação do Ministério das Comunicações
27 · Dia do Agente Fiscal da Receita Federal
27 . Dia Nacional do Livro Didático






27 de jan. de 2011

HORA DE PREPARAR AS PRIMEIRAS AULAS DO ANO LETIVO?

A gente já sabe como é: o primeiro planejamento do ano é marcado por muitas pesquisas e vontade de fazer algo diferente, melhor do que o ano anterior. O problema é que toda pressão das reuniões, as expectativas e o medo do novo chegam a impedir as ideias de "brotarem" em nós. Por isso, pesquisamos algumas indicações de sites legais com informações variadas para dar um pontapé nas primeiras atividades.

CIÊNCIAS
Você pode encontrar atividades e experimentos fáceis de reproduzir na página do Ciência à mão.
O Diário do Professor traz uma série de textos baseados na experiência de um professor de Ciências enfrentando uma série de problemas comuns nas escolas. Também poderemos encontrar uma série de ideias legais que tornarão as aulas bem mais produtivas.

GEOGRAFIA
O Youtube é um site com vídeos variados, inclusive sobre conteúdos de Geografia. O melhor de tudo é que são sempre filmes curtos com cerca de 2 a 9 minutos, perfeito para quem tem problema com o tempo.
Se o seu interesse for por modelos de planos de aula que melhorem o entendimento dos alunos, vale a pena conferir  a página do Prof. Antonio Leocadio Cabral Reis.

HISTÓRIA
O Blog do Professor de História traz uma série de narrativas interessantes sobre alguns momentos históricos, com muitas ilustrações e até algumas atividades.
O Blog Exercício de História, como o próprio nome já diz também traz modelos de questões bem elaboradas.

PORTUGUÊS
Português é legal! é um blog que traz textos divertidos e atuais além de notícias variadas. 
Já pensou em incrementar suas aulas com dinâmicas que os alunos vão amar? Então veja só o Questão de Classe. O blog também trata de temas referentes a formação continuada.

RELIGIÃO
Ensino Religioso Escolar segundo uma assessoria pedagógica que entende muito de Teologia é o que você pode encontrar neste link. Também é possível refletir mais ainda sobre o que a LDB diz referente ao tema através do site Hottopos.
Os Concepcionistas Missionárias do Ensino Província do Brasil tem uma apostila preparada que lhe renderão boas ideias, veja aqui.
O Ensino Religioso na Escola é um blog com sugestões de temáticas sociais para embasar as discussões dos alunos.

Bom, esperamos ter ajudado com estas dicas. Agora, com certeza será mais fácil imaginar aula sque atraiam as atenções.

A TABUADA DEVE SER ENTENDIDA OU MEMORIZADA? Discutindo um velho dilema da matemática






Desenho-de-coruja-dando-aula-de-matematica
Na escola de alguns anos atrás, saber a tabuada "na ponta da língua" era ponto de honra para alunos e professores. Poucos educadores ousavam pôr em dúvida a necessidade desta mecanização.
Na década de 60, porém, veio a Matemática Moderna e com ela algumas tentativas de mudanças aconteceram. Não vamos discutir aqui as características deste movimento, mas, dentre seus aspectos positivos, destacava-se a necessidade da aprendizagem com compreensão.

Com isso, vieram as críticas ao ensino tradicional, entre elas a mecanização da tabuada. Assim, diversas escolas aboliram a memorização da mesma. O professor que obrigasse seus alunos a decorar a tabuada era, muitas vezes, considerado retrógrado.
O argumento usado, contrário à memorização, era basicamente que não se deve obrigar o aluno a decorar a tabuada, mas sim, criar condições para que ele a compreenda. Os defensores dessa nova tendência alegavam que, se o aluno entendesse o significado de multiplicações como 2 x 2, 3 x 8, 5 x 7, etc., quando precisasse, saberia chegar ao resultado.
Alguns professores rebatiam esta afirmação alegando que, sem saber a tabuada de cor, o aluno não poderia realizar multiplicações e divisões. Hoje, ainda, essa discussão está presente entre nós. Porém, apesar das divergências, uma opinião é unânime: deve-se condenar a mecanização pura e simples da tabuada.
Compreender é fundamental. É inconcebível exigir que os alunos recitem: "duas vezes um, dois; duas vezes dois, quatro;...", sem que tenham entendido o significado do que estão dizendo. Na multiplicação, bem como em todas as outras operações, a noção de número e o sistema de numeração decimal, precisam ser construídos e compreendidos.
Numeros-azuis
Memorizar ou entender? Que tal utilizar as duas ações?
Esta construção é o resultado de um trabalho mental por parte do aluno. O termo tabuada é bastante antigo e designa um conjunto de fatos, como por exemplo:
3 x 1 = 3, 3 x 2 = 6, 3 x 3 = 9, etc.
Esses fatos têm sido chamados, por diversos autores, de fatos fundamentais da multiplicação. Trabalhando com materiais concretos como papel quadriculado, tampinha de garrafa, palitos, explorando jogos e situações diversas, como quantos alunos serão necessários para formar 2 times de futebol, os alunos poderão, aos poucos, construir e registrar os fatos fundamentais que compõem a tabuada.
Proponha aos alunos que descubram quanto dá, por exemplo, 8 x 3. Desenvolva com eles quais são as formas que podem levá-los a encontrar a solução para esta situação. Eles podem obter este resultado através de adições sucessivas:
Mas podem também obter 8 x 3 de outro modo. Como 8 = 5 + 3, podem perceber que:
8 x 3 = 5 x 3 + 3 x 3
Faça-os entender que a multiplicação agiliza o processo de adição e que se eles souberem a tabuada “de cor”, poderão ser mais ágeis ao resolver as operações. Uma vez compreendidos os fatos fundamentais, eles devem ser, aos poucos, memorizados. Para isso, devem-se utilizar jogos variados. Como por exemplo, bingo de tabuada, cálculos mentais e todo tipo de jogos que contribuam para a memorização da tabuada.
A necessidade da memorização justifica-se. A fixação da mesma é importante para que o aluno compreenda e domine algumas técnicas de cálculo. Na exploração de novas idéias matemáticas (frações, geometria, múltiplos, divisores etc), a multiplicação aparecerá com freqüência. Se o aluno não tiver memorizado os fatos fundamentais, a cada momento ele perderá tempo construindo a tabuada ou contando nos dedos, desviando sua atenção das novas idéias que estão sendo trabalhadas.
Respondendo então a pergunta que dá título a esta leitura, devemos dizer que o aluno não deve memorizar mecanicamente a tabuada, mas que a memorização é importante sim. Insisto, porém, que esta memorização deve ser precedida pela compreensão. A ênfase do trabalho deve ser posta na construção dos conceitos. A preocupação com a memorização não deve ser obsessiva nem exagerada.

26 de jan. de 2011

Semana Pedagógica


De fato o ano letivo começa quando inicia a  Semana Pedagógica dentro da Escola. Infelizmente muitas não sabem verdadeiramente o que fazer na Semana Pedagógica e outras utilizam este precioso tempo apenas para ficar discutindo longos  textos, realizando dinâmicas de motivação, um oba-oba que não acrescenta nada de concreto ao trabalho que deverá ser realizado ao longo do ano.
Mas, o que é a Semana Pedagógica ? Porque ela é importante? Por que a Escola DEVE realizá-la ? Objetivamente falando a Semana Pedagógica é um momento de analisar o que deu e o que não deu certo, ajustar e corrigir o rumo do que deu errado, planejar novas ações para fazer mais do certo e menos do errado, implementar as ações, ou popularmente falando: arregaçar as mangas e fazer acontecer.
Geralmente esta Semana Pedagógica ocorre no mês de Janeiro, logo que os Professores retornam do recesso. Em algumas Escolas ocorrem em 5 dias, outras em 7 a 10 dias. O fato é: não importa se você tem mais ou menos tempo, o que importa é que há assuntos ou temas   importantes que não podem deixar de ser discutidos nesse  período.
Pauta/Temas da Semana Pedagógica:
. Integração dos Professores novos com todos membros da Equipe (Apoio, Administrativo, etc), bem como o esclarecimento das metas  da escola a serem atingidas nesse novo ano
. Análise dos dados do ano anterior (aprovação/reprovação/por sala/turma (índices: ex.IDEB)
. Ajustes no PPP com avaliação e monitoramento  das metas estabelecidas
. Desafios enfrentados no ano anterior, com definição de  ações /soluções para o novo ano que se inicia
. Calendário escolar e estabelecimento da rotina escolar
. Passagem da turma para o novo Professor  (informar as necessidades a serem trabalhadas e progressos já alcançados)
. Planejamento Geral (Plano de Ensino/Projetos/Reforço/Alunos com NEE/Avaliação)
. Formação Continuada: como ela ocorrerá durante o ano
. Avaliação Institucional e da Equipe: informar como ela ocorrerá
Materiais necessários:
. Quadros com índices de aproveitamento por sala/turma
. Quadro de Horário das Aulas
. Calendário Escolar
. Cópias do PPP
. Proposta curricular
. Planos de Ensino
Lembre-se a Semana Pedagógica começa no início do ano letivo, porém só termina quando o ano letivo se encerra. Encare da seguinte forma, o PPP é a bússola que norteará todo o trabalho desenvolvido no ano, e a Semana Pedagógica fornece o grande “itinerário”, dessa jornada.
Por esta razão é de extrema importância logo no início do ano mostrar a toda a Equipe, o resultado, em números, do trabalho que eles estão desempenhando na Escola. Só assim ficará claro que se os resultados apresentados ainda não estão satisfatórios, significa que a Equipe terá que fazer melhor neste novo ano, ou seja, fazer diferente do que estão fazendo até então, e para isso será necessário implantar novas ações, dar importância a capacitação que deve ser constante e  fazer parte da  rotina da Escola.
Caberá ao Coordenador, juntamente com os demais envolvidos na Equipe Estratégica (Diretor, Supervisor) elaborar um Programa de Educação Continuada para todos os membros da Equipe, pois é a capacitação dos envolvidos que garantirá  que as metas estabelecidas no PPP e compartilhadas na Semana Pedagógica  sejam alcançadas.
A Semana Pedagógica tem seus objetivos atingidos quando todos saem dela sabendo que a “sua” parte compõe o “todo”, e que se  esse “todo”  está “doente”  e caminha de modo ineficiente, então cada um deverá mudar. Ficar do mesmo tamanho também já não será mais uma opção, todos deverão  crescer, aprimorar-se, fazer o melhor e sair em busca de mais.
Então, o que vai ser ?

24 de jan. de 2011

AS 5 METAS PARA A EDUCAÇÃO

Para alcançar a Educação que o Brasil precisa, foram definidas 5 Metas específicas, simples, compreensíveis e focadas em resultados mensuráveis, que devem ser alcançadas até 7 de setembro de 2022: as Metas, acompanhadas de perto, servem como direcionamento para que todos os brasileiros participem e cobrem melhorias na Educação.

META 1. TODA CRIANÇA E JOVEM DE 4 A 17 ANOS NA ESCOLA

A Meta 1 trata do atendimento a um direito básico: o acesso à Educação. Até o ano de 2022, 98% das crianças e jovens entre 4 e 17 anos devem estar matriculados e frequentando a escola. O objetivo é que cada estado também registre este percentual de atendimento.


META 2. TODA CRIANÇA PLENAMENTE ALFABETIZADA ATÉ OS 8 ANOS

Até 2010, 80% ou mais, e até 2022, 100% das crianças deverão apresentar as habilidades básicas de leitura e escrita até o final da 2ª série ou 3º ano do Ensino Fundamental.
Garantir o direito de alfabetização na idade correta a todas as crianças é um grande passo para o sucesso escolar. Para verificar e acompanhar esse direito é necessário analisar dois tipos de informação: se a conclusão da 2ª série ou do 3º ano ocorre na idade correta e qual foi a qualidade da alfabetização. O fluxo escolar pode ser calculado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). No entanto, no Brasil, ainda não há um indicador nacional que permita medir o aprendizado da escrita e da leitura.


META 3. TODO ALUNO COM APRENDIZADO ADEQUADO À SUA SÉRIE

Até 2022, 70% ou mais dos alunos terão aprendido o que é essencial para a sua série.
Então, 70% dos alunos da 4ª e 8ª séries ou do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio, no conjunto das redes pública e privada, deverão ter desempenhos superiores a respectivamente 200, 275 e 300 pontos na escala de português do Saeb, e superiores a 225, 300 e 350 pontos na escala de matemática.
Dentre as cinco Metas do Todos Pela Educação destacamos a relevância e o enorme desafio apresentado pela Meta 3 – todo aluno com aprendizado adequado à sua série. Ela é o núcleo das metas do Todos Pela Educação, pois estabelece objetivamente o que seria uma Educação de boa qualidade e os indicadores que devem ser alcançados a cada dois anos para atingir esse nível.


META 4. TODO JOVEM COM ENSINO MÉDIO CONCLUÍDO ATÉ OS 19 ANOS

Até 2022, 95% ou mais dos jovens brasileiros de 16 anos deverão ter completado o Ensino Fundamental e 90% ou mais dos jovens brasileiros de 19 anos deverão ter completado o Ensino Médio.
A Meta 4, em alguma medida, é o resultado do sucesso e do cumprimento de todas as outras Metas. Não somente as crianças e jovens devem frequentar a escola, mas devem ser alfabetizados na idade correta e aprender o que é adequado à sua série. Com isso, poderão concluir a Educação Básica na idade apropriada. Para tal, a proposta do Todos Pela Educação é que em 2022, 95% dos jovens com 16 anos tenham o Ensino Fundamental completo e 90% dos jovens de 19 anos tenham concluído o Ensino Médio. Como tanto a qualidade do Ensino Fundamental como a idade em que ele é concluído impactam nos resultados de conclusão do Ensino Médio, a Meta 4 propõe diferentes taxas de conclusão para estas duas fases.


META 5. INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO AMPLIADO E BEM GERIDO

Até 2010, mantendo até 2022, o investimento público em Educação Básica deverá ser de 5% ou mais do PIB.
Atualmente não há um indicador que possa avaliar a gestão dos recursos da Educação como um todo, mas é possível acompanhar a evolução do investimento público direto em Educação Básica do país como proporção do PIB (Produto Interno Bruto).



FONTE: http://pedagoga10.blogspot.com

21 de jan. de 2011

Repetência não melhora desempenho de aluno, diz pesquisa

Estudo realizado pela UFMG com 41 mil crianças mostra que reprovados não aprenderam mais no ano seguinte

Estudar a mesma série duas vezes seguidas não contribui em nada para a aprendizagem das crianças com dificuldades. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Três pesquisadoras analisaram o desempenho de 41 mil estudantes em dois anos seguidos. Elas garantem que os alunos que ficaram para trás continuaram sem aprender o que deveriam.

As pesquisadoras Vania Candida da Silva, doutoranda em Demografia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG (Cedeplar), Juliana de Lucena Ruas Riani, da Faculdade de Itaúna, e Tufi Machado Soares, da Universidade Federal de Juiz de Fora, dizem que se não houver projetos específicos para ajudar essas crianças, a repetência só aumenta os traumas e a desmotivação.

“A repetência por si só não é benéfica para o aluno que não consegue adquirir habilidades adequadas ao longo do ano. Se ele não tiver acompanhamento diferenciado, de nada adianta. A reprovação deve ser indicada apenas em casos extremos. Se o método não mudar, esse aluno que não aprendeu vai continuar sem aprender, com a auto-estima baixa e desmotivado”, afirma Juliana.

Durante a pesquisa “Repetir ou progredir? Uma análise da eficiência da repetência nas escolas públicas de Minas Gerais”, Vania, Juliana e Tufi avaliaram os resultados de 41 mil alunos que participaram do Programa de Avaliação do Ciclo Inicial de Alfabetização (Proalfa) de 2008 e 2009. Criado em 2005, o exame pretende medir o desempenho de alunos das séries iniciais das escolas públicas municipais e estaduais de Minas Gerais.

O Proalfa avalia, anualmente, conhecimentos de leitura e escrita de estudantes do 3º ano do ensino fundamental. Aqueles que não obtêm bons resultados repetem a avaliação no ano seguinte, independentemente da série que estejam cursando. As 41.635 crianças analisadas no estudo apresentaram baixo desempenho em 2009. Do total, 5.483 eram repetentes.

Segundo Juliana, entre os estudantes que apresentaram baixo desempenho em 2008, os que foram aprovados mostraram evolução maior na avaliação do que os repetentes na prova aplicada em 2009. “O que só prova que não adianta repetir sem oferecer acompanhamento adequado ao aluno para que ele supere as deficiências. As séries iniciais são a chave de todo o ensino, por isso escolhemos essa fase para estudar”, diz.

Complicadores

As pesquisadoras ressaltam que, na rede pública mineira, existe uma orientação para que as crianças não sejam reprovadas no ciclo de alfabetização (três primeiras séries do ensino fundamental) e entre os 4º e 5º anos do fundamental. Apesar disso, muitos estudantes continuam sendo reprovados. A rede estadual registrou 9,84% de repetência no 3º ano e a municipal, 14,69%.

No País, o índice de reprovação em 2008 – últimos dados divulgados pelo Ministério da Educação – chegou a 13,5% no 3º ano do fundamental. A porcentagem representa pouco mais de meio milhão de estudantes: 526 mil crianças. Para o Conselho Nacional de Educação (CNE), de acordo com o parecer 04/2008, os alunos que cursam as séries iniciais do ensino fundamental, nas quais ainda estão aprendendo a ler e a escrever, não poderiam ser punidos de forma tão severa.

A pesquisa desenvolvida pela UFMG revela ainda que os meninos representam a maior parte dos estudantes repetentes (57%) e, nesse perfil das crianças que são reprovadas, a maioria não frequentou a pré-escola. Chama a atenção outra característica, talvez a mais perversa: a minoria dos que repetiram em 2009 passavam por isso pela primeira vez (453). Quase 4 mil crianças que participaram do Proalfa já haviam repetido uma ou até três vezes alguma série do ensino fundamental.

O estudo relaciona o desempenho dos estudantes diretamente à qualidade da escola. Os dados analisados pelas pesquisadoras mostram que a proficiência das crianças repetentes é menor quando elas estudam em colégios que também têm desempenho ruim. “Decidimos estudar o tema por causa da falta de consenso entre especialistas sobre o impacto da repetência na vida escolar da criança e porque a base de dados do Proalfa permite o acompanhamento do desempenho dos mesmos estudantes em dois ou mais anos”, destaca Juliana.
 

Oportunidade para Pós-Graduação na Holanda

Governo holandês abre inscrições para bolsas de pós
O governo holandês lançou mais uma edição do Programa Huygens, que oferece bolsas para estudantes estrangeiros. Há oportunidades em diversas áreas. São mais de 1,5 mil opções de cursos de mestrado, sendo que as aulas serão ministradas em inglês. As inscrições podem ser realizadas até 1º de fevereiro de 2011.

Para participar é preciso ter concluído o ensino superior há no máximo dois anos e ter até 35 anos de idade. Também são aceitas as inscrições de estudantes que cursem a última fase da graduação numa universidade holandesa.

Os candidatos devem ainda ter domínio do idioma inglês, comprovado a partir do certificado de proficiência Toelf ou Ielts, e recomendações de professores universitários.

As bolsas incluem auxílio mensal de 1,380 euros, isenção de todos os custos com a universidade, visto e passagens aéreas.

Mais informações podem ser obtidas no site oficial do Programa Huygens 2011. No Brasil, o Nuffic Neso Brazil, representação oficial do ensino superior holandês, também orienta e informa gratuitamente.

Uma aula show depende do(a) professor(a) e aluno(a)


Se olharmos para as mudanças que acontecem no mundo, fica cada vez mais evidente a necessidade do conhecimento e do acesso à cultura para que não fiquemos para trás. Daí a importância da valorização do professor, da professora, que nos facilitam este acesso. Nesta entrevista com o professor Celso Vasconcellos, vemos a necessidade de olhar com mais carinho para os professores, começando com um abraço pelo seu dia.


 Celso Vasconcellos,
professor do Centro de Pesquisa, Formação e Assessoria Pedagógica LIBERTAD, São Paulo, SP.
Site: http://www.celsovasconcellos.com.br
Endereço eletrônico: celsovasconcellos@uol.com.br

Mundo Jovem: Qual é o perfil do(a) professor(a) brasileiro(a)?

Celso: Não tenho um dado estatístico, mas a maior parte são mulheres que acompanham a Educação Básica, de um modo geral e chega a dois milhões e meio o número de professores que temos na Educação Infantil até o Ensino Médio.

     O(a) professor(a) é uma figura que tem várias faces. Sobretudo a figura de alguém batalhador, que aposta num projeto, que se envolve com uma concepção de humanidade e de transformação, mas ao mesmo tempo vive isso num contexto de muitas dificuldades, com muitas contradições e limites. Há aí uma certa ambivalência. É uma imagem que hoje foi um pouco quebrada, mas que resiste à quebra total. Ela vai teimando em se reconstituir apesar dos limites.


Mundo Jovem: Existe uma distinção entre “ser professor” e “estar professor”?

Celso: Uma coisa preocupante é que ficou fácil no país virar professor(a). O vestibular é fácil para entrar. Existem cursos mais facilitados. Na linguagem do mercado e das competências, tem vestibular que a relação candidato vaga é de menos um por vaga e também existem os subsídios de prefeituras etc. E aí fica fácil fazer o curso.

     Segundo o levantamento do MEC, o Brasil ainda precisa de 30 mil professores e com isso um contigente significativo de pessoas vem se tornando professor sem de fato ter feito uma opção por isto. Se isto é complicado em outras profissões, no magistério é mais ainda porque o desafio é enorme. O magistério exige presença, dedicação, afeto e, se a pessoa não está resolvida do ponto de vista profissional, isto complica muito.


Mundo Jovem: Que professor(a) os alunos esperam?

Celso: Aquele(a) professor(a) que antes de mais nada, os respeite. Isto passa por uma questão básica, fundamental que é a questão da presença ou da não falta. Infelizmente, a gente tem muitas faltas em escolas públicas. O(a) professor(a) faz isto às vezes como uma forma de protesto. Mas o aluno entende isso como um desprezo. A falta do(a) professor(a) gera no aluno um sentimento de que ele não é importante. São poucos os espaços que o aluno tem para ser ouvido e a falta do(a) professor(a) diminui essa possibilidade.

     Para mim o grande lance, hoje, do(a) professor(a) é ajudar o aluno a construir um sentido para a vida. Acho que aí está o grande nó; as pessoas estão meio perdidas e o(a) professor(a) tem uma obrigação social porque ele trabalha com o conhecimento. Ele é um dos elementos intelectuais. Ele teve oportunidade de se apropriar dos elementos significativos da cultura. Ele tem responsabilidade de ajudar os alunos. Não que ele estabeleça um projeto para o aluno, mas no momento em que ele disponibiliza elementos da cultura, o aluno pode constituir o seu próprio projeto de vida. Mais do que nunca o aluno quer um professor que transcenda.

     Alguns professores acham que têm que ser “engraçadinhos”, ter técnicas, recursos. Tudo isso é importante, mas você não sustenta uma relação pedagógica só com computador. Isso é recurso, mas o curso mesmo está ligado à figura do(a) professor(a).

     Há uma certa sede de mística. Não “fazer cabeças” ou fazer catequese, mas ajudar a pensar sobre o que ele está fazendo nessa vida aqui.


Mundo Jovem: Essa idéia se contrapõe àquela idéia de “aula-show” que é uma técnica utilizada em curso pré-vestibular?

Celso: Sim, porque a relação pedagógica, antes de mais nada, é uma relação de formação humana e não de entretenimento. O esforço do professor é tornar a aula o mais agradável possível, mas, parafraseando Einstein, “a gente pode simplificar a ciência o máximo possível, mas não mais do que o possível”. Mais do que isso é banalização. Infelizmente, há um certo processo de estetização: se contrapõe à reflexão, à ética. As pessoas ficam esperando um show, mas no fundo é colocar no outro a atividade. Você é o espectador. Numa aula com outra concepção, as coisas acontecem juntas, pois a participação do aluno é fundamental. A aula vai ser realmente “show” se tiver a participação do aluno e aí terá um outro tipo de fruição; o aluno vai ter o prazer de ajudar a construir e não ver a coisa pronta.


Mundo Jovem: O(a) professor(a) é uma peça chave na Educação?

Celso: Existem levantamentos que mostram a importância da gestão escolar. Realmente são papéis importantes. Mas quando se vê tanta ênfase aos gestores, me preocupa, pois parece que há um reflexo da demissão do(a) professor(a). Se tivéssemos professores mais atuantes, não se daria tanta ênfase aos gestores, como as pesquisas têm revelado. Parece que a escola, para ser boa, tem que ter bons gestores. Mas eu penso que a escola, para ser boa, tem que ter bons professores e eles, inclusive, vão assumir a gestão. O elemento forte é o coletivo de professores.

     O(a) professor(a) tem um papel fundamental e não deve ter medo de ser professor(a). Às vezes existem algumas limitações: “eu não posso falar professor, tenho que falar educador”; “não posso falar em ensino, tenho que falar mediação”... Ensinar não é transmissão somente. A atividade básica do(a) professor(a) é o ensino. Mas ensino é o processo de humanização através da apropriação crítica, criativa e significativa da cultura. Esse é o papel do(a) professor(a), pois conhecimento não se encontra em qualquer lugar.

     Em todo o lugar o aluno pode encontrar informação e não conhecimento, pois conhecimento é uma informação trabalhada, e isto é tarefa de mestre, de professor(a).

Mundo Jovem: A Educação está numa encruzilhada: se sai do giz, do quadro, vai para onde? Como o(a) professor(a) pode lidar com a tecnologia?

Celso: A rigor, a tecnologia cataliza, põe em evidência um problema que está colocado desde sempre, que é o problema da aula meramente expositiva. Mesmo recursos tecnológicos de baixa interação, como o livro, por exemplo, podem ser utilizados de maneira inteligente, sem precisar do computador. Dá para encaminhar em forma de pesquisa e trabalhar em cima das questões que os alunos levantarem depois da leitura. Existem escolas, às vezes com baixíssimo nível tecnológico, trabalhando com projetos, sem computador, sem internet. Isto já significa um outro papel do(a) professor(a). Ele(a) deixa de ser simplesmente o que “dá aula” e realmente acompanha os grupos de acordo com suas necessidades e aí se quebra o currículo disciplinar instrucionista, que infelizmente é ainda muito forte.


Mundo Jovem: Como humanizar a sala de aula?

Celso: Acho que a questão da humanização é a grande demanda: tornar a escola um espaço humano por excelência. A gente teria que perguntar o que é ser humano?

     Uma marca do ser humano é a disposição para aprender. Os animais também aprendem, mas o ser humano tem um desejo muito grande de aprendizagem. E uma outra parte complementar disso é a disposição para ensinar. No animal, isso é restrito. No ser humano, por exemplo, um adulto na relação com uma criança vai tentar ensinar alguma coisa para ela.

     Para mim, humanizar seria a escola se tornar de fato um espaço de ensino e de aprendizagem. O professor acreditar profundamente que o aluno pode aprender. E depois vem a dimensão do amor. A gente sabe que o processo de cognição vai junto com o processo afetivo.

     Quando a gente fala em humanizar a sala de aula é no sentido de trazer a vibração, a alegria, o encontro, o encantamento.


Mundo Jovem: E sobre essa questão do “aprender a aprender”, que também se estende ao(à) professor(a), isso representa uma mudança?

Celso: A rigor, isso não é novidade. Se a espécie humana tem como marca a aprendizagem e o ensino, com a questão da disponibilidade das informações, isto ficou mais claro. No passado até houve quem achasse que se saía da escola formado, pronto. Mas hoje, com a velocidade que tem a produção de conhecimentos, fica óbvio que isso não é possível.

     O “aprender a aprender” não é uma coisa nova, só que hoje está mais evidenciado. O professor precisa estar sentando junto e abrindo os caminhos para entender o mundo. É preciso ter um método para ler a realidade, para estabelecer uma finalidade, ter um plano de ação, agir e avaliar. E o espaço para isso seria na própria escola. O(a) professor(a) está vivenciando e continuamente aprendendo. Isso facilita que ele(a) faça o mesmo com o aluno. Quem não está vivendo o processo de aprendizagem tem dificuldade com a aprendizagem do outro. A pessoa que está vivenciando se torna mais sensível à realidade do aluno e pode ser um melhor “ensinador”.

Escola e mídia

     Muitas vezes, com a pulverização da mídia, os alunos vêm para a escola com interesses alienados. Há um desafio grande. Quando a gente está insistindo no(a) professor(a) como sujeito, na verdade a gente está pensando no aluno. É importante o(a) professor(a) assumir sua condição de sujeito para que o aluno também assuma a sua condição de sujeito.

     Não dá aqui para deixar de falar no Paulo Freire. A primeira grande obra dele: “Educação como prática da liberdade”, onde na primeira página ele diz claramente: “é preciso fazer uma opção, a gente quer a sociedade do ontem, do autoritarismo, da dominação, ou a gente quer a sociedade do amanhã, da libertação, da participação, da emancipação humana?” Por isto a gente precisa de um(a) professor(a) muito bem informado(a). E isto abre um campo para que os alunos possam exercer a sua autonomia com dignidade. O que a gente está vislumbrando mais é o aluno assumindo também o seu papel de protagonista da educação.

     Uma tarefa importante para os jovens é fazer uma leitura crítica dos meios de comunicação. A mídia está fazendo o papel de vender. A escola tem que fazer o papel dela, de motivar os alunos, possibilitar o envolvimento do aluno no processo de educação. A mídia diz assim: “o nosso papel não é educar, é informar”. Só que qualquer campanha que lançam, de qualquer produto, não estão lançando simplesmente uma informação. Eles usam muita psicologia, psicanálise, porque querem formar concepções, gerar necessidades. O argumento cabal em relação a isso é: se de fato a mídia não influenciasse, por que os empresários gastariam milhões com a mídia? Eles não gostam de jogar dinheiro fora. A escola deveria assumir o papel de fazer uma leitura crítica sobre a mídia.

Celso Vasconcellos

     
Fonte: Jornal  Mundo Jovem